RFID: saiba o que é e como utilizar na sua empresa

A tecnologia é responsável por uma transformação no retalho que vai desde a otimização dos processos até a melhoria na experiência do cliente

02 · 08 · 2019

A identificação por radiofrequência, muito conhecida pela sigla RFID (Radio Frequency Identification), é uma tecnologia com mais de 40 anos, mas que devido à sua eficiência reaparece como um método acessível e mais barato para digitalizar as empresas.

A possibilidade de otimizar os processos internos é um dos principais benefícios gerados pela tecnologia RFID nas empresas. No retalho, por exemplo, as vantagens são praticamente revolucionárias, na medida em que permitem identificar produtos isoladamente, saber a sua localização e dinamizar os processos de logística.

A tecnologia RFID tem uma aplicação prática nos sistemas internos das empresas e permite uma automatização dos serviços, o que resulta na redução dos custos com o trabalho e num melhor controlo dos stocks. Esse fator não só potencia uma melhor gestão logística, como resulta na consequente redução no tempo de operação e custos.

Neste artigo explicamos como funciona essa tecnologia e como ela tem sido utilizada por grandes empresas para aprimorar os seus serviços e consequentemente melhorar a experiência do consumidor.

O que é RFID?

RFID é um sistema de transmissão por radiofrequência. Por isso, quando falamos de RFID estamos a referir-nos a um conjunto de diferentes tecnologias que utilizam a frequência do rádio para capturar dados e identificá-los. Esta identificação é feita por diferentes métodos, sendo o mais comum o armazenamento de um número de série que reconheça uma pessoa, um objeto ou outra informação apenas num microchip.

Com essa tecnologia, a captura de dados é feita automaticamente através da “leitura” dos objetos com dispositivos eletrónicos, conhecidos como etiquetas eletrónicas, tags, RF tags  ou transponders. Essas etiquetas emitem sinais de radiofrequência para leitores que captam as informações. Esses dados são depois processados de acordo com as necessidades da empresa.

Esse cenário parece-nos muito familiar porque a tecnologia RFID existe desde a década de 40, quando chegou ao mercado para complementar a tecnologia de código de barras. Porém, além de substituir o código de barras, o sistema de identificação por radiofrequência possui características que ainda o tornam inovador.

Trata-se de uma tecnologia de transformação, fundamental para a redução de desperdícios, para o aumento da segurança, mais eficiência na gestão do livro de registos, simplificação da logística e incremento da produtividade.

Uma das maiores vantagens dos sistemas baseados em RFID é o facto de permitir a codificação em ambientes hostis e em produtos nos quais o uso do código de barras não é eficaz. No que diz respeito a políticas de segurança, graças ao seu controlo de acesso, como a proteção contra furtos, oferece soluções inovadoras de teto, chão ou túneis para além das antenas. Os scanners darão alerta sempre que um artigo sair da loja antes de ser pago.

Além disso, a etiqueta inibe a falsificação dos produtos, garantindo a qualidade do que chega às mãos do consumidor. Portanto, a gestão de stock, disponibilidade de informação para análise e, de forma geral, maior segurança são aspetos que esta tecnologia vem solucionar.

4 formas de utilizar RFID no retalho

Já imaginou transformar uma simples ida ao centro comercial numa experiência inovadora e lucrativa? Ou realmente garantir ao seu cliente a agilidade no pagamento e a ausência de filas? Já pensou ter fácil acesso a dados de produção e de vendas em tempo real? Essas são algumas das possibilidades que a tecnologia RFID proporciona ao retalho.

O sistema de radiofrequência assegura um melhor serviço ao cliente, precisão no controlo do stock e diminuição de gastos devido ao corte de desperdícios e maior segurança contra furtos. Veja abaixo como ter acesso a essas vantagens com o uso dessa tecnologia nos negócios.

#1 RFID na logística interna

rfidprateleiras

O processo de exposição dos produtos nas prateleiras, reabastecimento, controlo do stock e distribuição requer uma logística bem estruturada e uma equipa sincronizada. Uma falha ou interrupção no atendimento pode acarretar prejuízos. O poder de rastreabilidade do sistema RFID oferece a segurança necessária para evitar perdas, repetição de trabalhos, desvios e desperdícios. Além de ser uma ferramenta importante para montar o estabelecimento de acordo com as exigências dos consumidores.

Um exemplo desta utilização pode ser visto numa das lojas da marca Hering, no Brasil. A rede de confeções criou uma loja conceito num centro comercial em São Paulo para testar as novas tecnologias e acelerar o processo de transformação digital em toda a sua rede. O espaço tem várias novidades, mas são as tecnologias de monitoração que mais chamam a atenção.

A loja utiliza sensores para mapear o movimento dos clientes e identificar o perfil de cada consumidor que passa por lá, mesmo aqueles que vão só para dar uma vista de olhos. Um mapa de calor é disponibilizado de acordo com o interesse dos consumidores por determinadas áreas da loja através da identificação por radiofrequência nos produtos.

Com a tecnologia RFID a equipa de gestão consegue modificar a disposição dos produtos nas secções da loja e acompanhar os resultados em tempo real. O sistema de radiofrequência permite medir o número de vendas por roupas provadas e ter um controlo mais ágil do stock.

2# RFID nas caixas

rfidmercado

Em setores como o retalho alimentar, a exemplo dos supermercados, uma das principais reclamações dos clientes ainda é a fila para o pagamento. Com a tecnologia RFID é possível resolver essa situação e dar ainda mais autonomia aos clientes. Como? Basta padronizar os produtos com etiquetas de RFID e instalar leitores da mesma tecnologia nas caixas.

Com isso, assim que o cliente estiver pronto para o pagamento, é só dirigir-se a um dos pontos com cestas disponíveis com tag RFID. O leitor eletrónico detetará todos os itens instantaneamente e irá calcular automaticamente o valor a ser pago. O consumidor não precisa passar produto a produto no leitor, como ocorre na caixa automática com código de barras, basta passar o cartão na máquina e sair com as compras.

Nas lojas que já utilizam este sistema, o check-out ficou até 60% mais rápido que no método tradicional. Além de facilitar a vida dos clientes, também ajuda o trabalho dos vendedores, que ficam mais livres para prestarem um atendimento mais atencioso e dedicado durante a escolha dos produtos.

3# RFID na prova dos produtos

provadorinteligente

A tecnologia pode ser incluída nos provadores através dos conhecidos “espelhos interativos”, que nada mais são do que ecrãs com a capacidade de leitura das etiquetas RFID. O sistema permite que os itens selecionados pelo cliente para a prova sejam exibidos no ecrã, que pode estar associado ou não ao vidro do espelho.

Esse ecrã é sensível ao toque e possibilita que o consumidor escolha acessórios correspondentes ao que está a provar, como por exemplo sapatos, bolsas, joias e outras peças de roupas, ou mesmo optar por tamanhos e cores diferentes daqueles itens que levou para experimentar.

O provador inteligente também pode oferecer informações sobre o inventário da loja, os preços das peças e ainda interligar o serviço físico com o e-commerce. Mais uma vez, a conectividade inteligente torna-se um aperfeiçoamento natural da experiência de compra ao dar mais agilidade e autonomia ao consumidor.

Marcas de roupas e acessórios, tal como Ralph Lauren e Rebecca Minkoff, usam esta tecnologia e chegam a creditar um aumento de até 30% nas vendas aos provadores inteligentes.

4# RFID na organização das informações

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A instalação do sistema RFID em pontos de venda fornece dados de produção e de vendas em toda a rede de lojas e em tempo real. Essa característica garante que haja mais eficiência no controlo de stock, evitando assim a produção desnecessária.

Outra vantagem é a redução no tempo de registo dos produtos no inventário. O armazenamento de 2,5 mil peças, por exemplo, pode levar menos de 10 minutos para ser registado, enquanto num sistema tradicional costuma levar cerca de cinco horas ou mais.

Também é possível utilizar RFID para o controlo do acesso dos vendedores aos produtos através de um armário inteligente. O sistema pode fazer uma monitoração de quais peças estão a ser retiradas e que deverão ser devolvidas ao mostruário da loja. Dessa forma é possível controlar o acesso aos produtos e evitar perdas.

A retalhista espanhola Inditex, por exemplo, usa o sistema RFID desde 2014. A empresa apostou na tecnologia para fazer a gestão dos seus produtos na rede de lojas que inclui marcas conhecidas como a Zara, Pull & Bear e Massimo Dutti. A inclusão de RFID nos processos de armazenamento e envio de produtos ajuda a dar mais visibilidade aos detalhes imprescindíveis, otimizar a logística e assim reduzir erros com transporte, embalagem e atendimento ao cliente.

Esses são, portanto, alguns exemplos de como a tecnologia de RFID ainda pode ser utilizada para melhorar os negócios de diferentes setores. Como vimos, embora seja um sistema criado há mais de quatro décadas, ainda há muitas possibilidades a serem exploradas pelos retalhistas quando o assunto é identificação por radiofrequência.