Moda eco-friendly: Conheça as marcas que investem em sustentabilidade
As empresas estão cada vez mais atentas à pegada ecológica e os consumidores também. Conheça as grandes marcas de moda que decidiram apostar na sustentabilidade
29 · 05 · 2019
A sustentabilidade já não é mais uma opção, é a única escolha possível para um futuro promissor. Neste contexto, muitas marcas já nascem com o ADN sustentável e outras estão a reinventar-se para se encaixarem nesta realidade.
Além de se preocuparem com a poluição do meio ambiente, muitas delas procuram matérias-primas que ajudam a reduzir desperdícios e a minimizar o impacto da indústria.
Neste artigo vamos falar de sustentabilidade com base nos mais interessantes casos de eco-friendly. Marcas que mudaram a visão de um mercado tradicional e que provaram que dá para produzir ao mesmo tempo que protegem o meio ambiente.
Mas o que é “eco-friendly”?
Eco-friendly significa ações que não prejudicam o meio ambiente. Em suma, são atitudes amigas do planeta. Este termo geralmente refere-se a produtos que contribuem com práticas que ajudam a conservar recursos naturais.
A escolha por produtos ecológicos também evita a poluição do ar, da água e da terra. Para uma marca ser considerada eco-friendly, o processo de produção deve preservar 100% a natureza.
Quando um produto pode ser considerado eco-friendly?
O básico esperado é que o produto não seja tóxico e não sobrecarregue o meio-ambiente. Isso é possível através da utilização de ingredientes cultivados de forma sustentável, ou seja, livres de agrotóxicos e pesticidas.
Os produtos feitos com materiais reciclados, como o vidro, madeira, metal ou plástico, também são uma alternativa, já que não é necessário produzir algo novo e sim reutilizar algo já feito.
Além disso podem ser biodegradáveis, ou seja, ao serem descartados decompõem-se de forma natural e muito mais rápida. Mas isso não quer dizer que o produto não é duradouro, pois mesmo sendo eco-friendly, dura o mesmo ou até mais que um produto convencional.
Conheça as grandes marcas amigas do ambiente
Felizmente, a moda é uma das áreas que mais tem evoluído nesse sentido, dando origem à moda sustentável. Por mais que se insista em ver neste setor algo fútil, o facto é que há muito pouco de inutilidade numa indústria que, cada vez mais, aparece orientada para uma produção sustentável. Nunca como agora usaram-se tanto os tecidos orgânicos, que não poluem o ambiente aquando a fabricação das peças, nem os materiais reciclados. Consequentemente, o abandono do uso de peles e materiais tóxicos tem vindo a crescer exponencialmente.
Marcas como a Hugo Boss e a Adidas têm sido pioneiras nesta questão. A primeira anunciou que, a partir do próximo ano, deixarão de ser usadas peles nas coleções. Já a segunda criou uns ténis com plástico retirado dos oceanos. A estratégia da marca passa por, cada vez mais, usar plástico reciclável no fabrico do calçado desportivo.
Obviamente, cabe aos consumidores fazer da moda sustentável não apenas um nicho de mercado mas uma tendência, para que todos possamos ser vaidosos num mundo mais limpo e ecológico.
O compromisso verde da Hugo Boss
A marca Hugo Boss delineou recentemente as suas novas metas de sustentabilidade, que incluem aumentar a utilização de algodão sustentável e a redução do uso de produtos químicos.
Até 2020, 50% do algodão utilizado será de origem sustentável, segundo os critérios definidos no Cotton Commitment da empresa germânica. Até 2025, essa percentagem deverá subir para os 80%.
A linha Signature da marca Men Bodywear da Boss, por exemplo, já usa exclusivamente algodão orgânico egípcio certificado. Em 2017, foi também desenvolvida uma coleção-cápsula sustentável para a linha de casualwear da Bossmen, na qual foram utilizadas, exclusivamente, matérias-primas sustentáveis, algodão reciclado e algodão orgânico, sendo dada especial atenção a processos de acabamento com preocupações ecológicas. Também no ano passado, e como parte dos esforços da marca na promoção de uma produção de algodão mais sustentável, o grupo juntou-se à Better Cotton Initiative (BCI) – uma organização sem fins lucrativos que promove melhores padrões na produção e práticas de algodão.
Não obstante, o maior objetivo da retalhista de moda é reduzir a utilização de produtos químicos para garantir não só a sustentabilidade ambiental, mas também a segurança dos seus artigos.
De olhos postos no futuro, a Hugo Boss afirma que vai continuar a contribuir para a implementação de cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Publicados em 2015, os ODS das Nações Unidas consistem em 17 objetivos com 169 metas relativas a aspetos sociais, ambientais e económicos.
Os cinco objetivos em destaque são a educação de qualidade, o trabalho digno e o crescimento económico, o consumo e produção responsável, a ação climática e as parcerias para os objetivos.
Levi’s mais rápida e sustentável
A Levi’s está a implementar um plano interno para o aumento da sustentabilidade e diminuição do tempo de produção, com novas técnicas, que reduzem a quantidade de água necessária para produzir as célebres calças de ganga da marca e consomem menos produtos químicos.
O grupo americano escolheu um novo modelo para as suas operações, com a substituição de técnicas manuais por outras mais automatizadas e menos poluentes.
Com esta estratégia, batizada Project F.L.X., a Levi Strauss irá eliminar milhares de produtos químicos da sua cadeia de produção, que atualmente são usados para conferir um aspeto gasto às calças de ganga da marca, e substituí-los por um equipamento que usará laser e ozono para reduzir o tempo que leva a fabricar as peças, de dois ou três pares por hora a um artigo pronto a cada 90 segundos, seguido de um último ciclo de lavagem.
O objetivo deste programa é reduzir a utilização de químicos, atualmente de milhares, para cerca de uma dúzia, um passo importante no cumprimento das metas que a empresa impôs a si própria até 2020, para eliminar de vez as descargas de materiais perigosos.
O Project F.L.X. pretende também reduzir os desperdícios têxteis, prevendo de forma mais exata quais são as necessidades do mercado, e a poupança de água no processo. A Levi Strauss já demonstrou que consegue usar quase 100 % de água reciclada nas últimas fases de produção e está a explorar a capacidade de fazer isso de forma mais abrangente num futuro próximo.
Adidas aumenta iniciativas de sustentabilidade
A Adidas produziu mais de cinco milhões de pares de calçado com resíduos de plástico reciclado em 2018, e agora planeia redobrar esse número em 2019.
Esta iniciativa será reforçada pela parceria da empresa com a organização ambiental e rede de colaboração global, Parley for the Oceans, que trabalha para intercetar resíduos de plástico nas praias antes que estes alcancem os oceanos.
A Adidas também usa esse material reciclado para produzir roupas, como a camisa da Champions League para o FC Bayern de Munique e a camisa do tenista alemão Alexander Zverev para o Australian Open.
Além de incorporar materiais reciclados nos seus produtos, a marca também está a impulsionar o seu ativismo ambiental nas suas instalações.
A Adidas também é um membro fundador da Better Cotton Initiative, que engloba fontes que produzem apenas algodão de forma sustentável e que acabaram com o uso de sacos de plásticos nas lojas em 2016.
No entanto, o plástico ainda é usado nas embalagens de transporte da Adidas, embora a empresa tenha doado 1,5 milhão de euros para a organização de moda sustentável Fashion for Good – um número supostamente equivalente ao custo do impacto ambiental da embalagem – como penitência.
Este ambicioso objetivo da Hennes & Mauritz (H&M) foi traçado no seu Relatório de Sustentabilidade 2016, que estabeleceu um conjunto de novas metas até 2030, como a aposta em energia elétrica 100% renovável.
Apesar de afirmar que todos os seus produtos tinham cerca 26? materiais reciclados (ou outros materiais sustentáveis), o plano da H&M é adotar a economia circular até 2030.
A H&M afirmou também ser a maior utilizadora de algodão certificado pela Better Cotton Initiative (BCI), recorrendo ao aprovisionamento sustentável. Em 2016, 43% do total de algodão utilizado pela cadeia de moda será provido de forma sustentável e o objetivo é usar apenas esse algodão até 2020. A H&M é também uma das maiores utilizadoras de algodão orgânico, poliéster reciclado e liocel.
Enquanto isso, a empresa pretende tornar-se ainda mais amiga do ambiente até 2040, comprometendo-se com a redução das emissões de gases com efeito de estufa.
Segundo o relatório, a H&M tem como foco a eficiência energética e as energias renováveis, envolvendo ainda inovações tecnológicas que permitam absorver gases com efeito de estufa. Além do mais, a retalhista sueca continua a conduzir o seu plano de reciclagem e reutilização.
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