Gamificação: o jogo é o segredo do sucesso

É assustador mas na realidade a gamificação (ou gamification em inglês) tem estado presente em praticamente tudo o que fazemos

10 · 12 · 2018

Não está relacionada apenas com o entretenimento, mas também é uma ferramenta de aprendizagem com muito potencial. Por isso é uma das apostas mais inovadoras no campo educacional, que usa a linguagem da tecnologia a seu favor. Mas também é aplicada em outras áreas além do ensino. Está presente em estratégias para públicos internos e para consumidores em diversos setores do mercado: vendas, marketing, recursos humanos, gestão de pessoas, gestão de tempo e compromissos.

O que é?

A gamificação utiliza elementos de jogos para atrair pessoas, resolver problemas e melhorar a aprendizagem. Motiva ações e comportamentos em ambientes fora do contexto de jogos. Cria uma forma diferente de despertar o interesse de diferentes públicos e usa o poder de transformação dentro do contexto educacional, através da dinâmica que hoje já é aplicada nos jogos.

Posto isto, procura uma constatação sobre como os seres humanos são atraídos por jogos. E está comprovado que, sejam eles eletrónicos ou analógicos, a humanidade sempre teve uma grande tendência para apreciar e participar em jogos.

“Gamificar” para educar 

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Foto: Divulgação

Atualmente, a gamificação tem-se destacado essencialmente na educação porque funciona para despertar interesse, aumentar a participação, desenvolver criatividade e autonomia, promover diálogo e resolver problemas.

A ideia é criar uma motivação intrínseca, em que a aprendizagem acontece através das próprias brincadeiras, sem que haja a separação entre a teoria e a prática.

O professor tem uma papel semelhante ao de um designer de jogos. Procura maneiras do aluno se interessar cada vez mais, sentindo-se cada vez mais atraído e desta forma orientá-lo a encontrar a melhor forma de interagir com o conhecimento. 

Portanto, para usar a gamificação não é preciso usar jogos, apesar de ser uma das possibilidades.

Jogos como Minecraft - em que os jogadores precisam de encontrar recursos, construir estruturas e plantar para sobreviver - tornaram-se populares não apenas para as crianças e adolescentes, mas também para professores. De tal forma uma das versões do jogo, o MinecraftEDU, já é utilizado por quase mil escolas em mais de 40 países.

Mas essa não é a única forma de usar a gamificação. Em vez de trazer jogos já existentes para a sala de aula, o professor pode explorar essa técnica através de dinâmicas com sua turma. A principal é trabalhar a partir de missões ou desafios, que motiva os alunos para a aprendizagem.

Outras alternativas passam por utilizar pontos distintivos ou prémios como incentivo; definir personagens (avatares) ou cenários específicos, nos quais os alunos precisam lidar ou propor obstáculos a serem superados.

Consequentemente, é possível despertar o interesse e a participação, estimular a resolução de problemas de forma rápida e, ao mesmo tempo, praticar o poder de decisão.

Para além desses benefícios, a gamificação também estimula a competitividade de forma saudável numa situação empresarial ou numa sala de aula, possibilita o feedback imediato e a retribuição por tomar as decisões mais corretas.

Concluindo, a introdução dessa técnica no ensino permite desenvolver novas habilidades, diversificar o processo de ensino e estimular a superação e conquista de objetivos.

Gamificação nas empresas: uma ferramenta que cria melhores resultados 

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 Foto: Divulgação

O desenvolvimento da tecnologia transforma padrões e origina novos obstáculos. Neste contexto, as empresas têm de ter a capacidade de inovar e apostar na formação dos seus colaboradores para resistir à competitividade

Posto isto, para que os colaboradores se tornem mais empenhados na realização de suas atividades, é preciso que estejam constantemente motivados através de novos modelos de processos, neste caso, na gamificação. A técnica consiste basicamente em aplicar características de jogos ao ambiente empresarial.

A aplicação dessa técnica para os colaboradores pode ser realizada em ações pontuais, mas pode também conduzir toda a gestão de equipas a longo prazo.

A base da gamificação empresarial está no acompanhamento das metas e do desempenho dos colaboradores de maneira lúdica.

O colaborador passa a saber como está a correr o seu desempenho em relação à equipa ou a sua equipa em relação às outras.

Por outro lado, uma plataforma que use os conceitos modernos de gamificação permite que o gestor acompanhe em tempo real o desempenho de cada colaborador e das suas equipas.

Com isso há uma maior facilidade em acompanhar resultados, melhorar o desempenho das equipas, identificar e manter talentos.

A verdade é que a grande maioria das empresas já utiliza um sistema de metas para estimular a performance dos colaboradores. No entanto, numa plataforma de gamificação empresarial, essas metas passam a ser mais explícitas e intuitivas. Visto que, na realidade, todos os jogos possuem regras e instruções que conduzem o comportamento dos “jogadores”.

Portanto, as ferramentas de gamificação empresarial orientam os colaboradores em relação ao comportamento que deve ser tomado para corrigir ou melhorar o seu desempenho.

Outras das vantagens é que ao estabelecer desafios individuais e coletivos é possível estimular uma competitividade saudável.

A visibilidade da produtividade motiva as equipas para uma constante busca por melhores resultados, e quando cada um percebe a sua influência num objetivo comum, passa a entender o valor do seu trabalho e a sentir-se parte importante da equipa e da empresa.

Outra função das ferramentas de gamificação é criar uma rotina de reconhecimento e de estímulo ao bom trabalho. Ganhar pontos, moedas ou “passar de fase” são algumas das ações que valorizam os esforços das equipas no dia a dia.

Esse reconhecimento constante por metas alcançadas estimula o colaborador a produzir melhor sem criar um ambiente de competição agressiva.

No geral, as empresas já sabem o poder do incentivo sobre a motivação e a performance. No entanto, têm tendência em investir muito mais em recompensas exclusivamente financeiras: programas de remuneração a curto prazo que podem motivar a equipa no momento, mas não a longo prazo.

O desafio é estabelecer um sistema de metas vinculado a um sistema de recompensas – financeiras ou não – a longo prazo e com acompanhamento diário.

Essa é uma fórmula inteligente para gerar uma mudança de comportamento e é também uma das etapas para apresentar melhores resultados.