Assistentes virtuais dão conselhos para os negócios

Além de atender ao público, os robots já estão a ajudar na gestão dos negócios

08 · 04 · 2019

Os assistentes virtuais já dão muito jeito nas tarefas do quotidiano, agora imagine ter essa assistência também no trabalho? É claro que os gigantes da tecnologia já pensaram nisso e muitas empresas estão a usar assistentes virtuais não só no atendimento ao cliente, mas também na gestão dos negócios.

Siri, Cortana e Alexa são nomes já muito conhecidos entre os utilizadores de smartphones, o que significa um reflexo da popularização desse tipo de software no quotidiano das pessoas. Esses assistentes são capazes de responder a perguntas e realizar tarefas de forma autónoma, como enviar mensagens aos contactos, sugerir um restaurante ou indicar a previsão do tempo.

Além de realizar tarefas básicas e operações automáticas, os assistentes com inteligência artificial (IA) já são capazes de dar "conselhos” e  antecipar cenários que ajudam o utilizador a tomar decisões mais rápidas e seguras. É a integração da tecnologia para encontrar soluções de gestão dos negócios, o que facilita e muito a vida dos profissionais de áreas distintas e garante um aumento significativo na produtividade dentro das empresas.

Como funcionam os assistentes virtuais?

Os assistentes virtuais podem funcionar de diferentes maneiras. Alguns fazem parte dos sistemas operativos, outros são integrados a acessórios eletrónicos e há aqueles embutidos em websites e aplicações nas quais operam como chatbots através de mensagens instantâneas.

Embora a expressão “robot” muitas vezes nos leve a pensar em máquinas físicas, os robots assistentes são apenas programas informáticos concebidos para realizar de forma automática algumas tarefas repetitivas que seguem determinado padrão. No caso dos chatbots, as versões mais sofisticadas incluem recursos de inteligência artificial (IA) e conseguem simular conversas com humanos, respondendo a perguntas de maneira muito natural.

O principal objetivo da inteligência artificial (IA) é simular a capacidade humana de raciocinar. Por isso, esse tipo de tecnologia traz muita eficiência aos assistentes virtuais. Com a inteligência artificial é possível analisar e armazenar dados, além de adquirir, representar e manipular saberes. Ou seja, um sistema IA é capaz de deduzir novos conhecimentos a partir de informações previamente existentes, além de desenvolver novos métodos para resolver problemas complexos.

É por esse motivo que é cada vez mais comum o uso de chatbots dotados de IA nos mais diferentes setores – veja mais sobre o uso de chatbots no atendimento de restaurantes. Uma máquina com esse sistema acaba por aprender à medida que interage com o utilizador e assim a cada contacto torna-se mais capaz de assimilar informação, identificar preferências e prever as necessidades das pessoas.

 

Diferentes formas de usar assistentes

Atendimento

Os assistentes virtuais estão sempre disponíveis para tirar dúvidas e ajudar os clientes em tempo real.

Serviço de concierge

Podem servir para encontrar lojas, conhecer horários, solicitar faturas, encontrar hotéis, receitas ou informações sobre eventos.

Agendamentos

Os programas conseguem marcar compromissos e organizar uma agenda de negócios, além de solicitar serviços como rastrear encomendas e enviar produtos.

Compras

Alguns assistentes virtuais permitem enviar convites automaticamente aos clientes, através de push-notifications sempre que a loja ou serviço tiver novidades. 

Pesquisa

Assistentes virtuais podem ser programados para recolher insights do consumidor em tempo real. Com o target definido é possível ouvir as opiniões em tempo real.

Voz

Sistemas que funcionam através da voz e podem ser utilizados em canais como Amazon Alexa, Google Home, WhatsApp, Messenger e telefone.

Um conselho virtual para os negócios

Depois de ajudarem nas tarefas domésticas, os assistentes virtuais começaram a ganhar força no mundo corporativo, principalmente com a criação de robots capazes de antecipar os cenários e ajudar o utilizador a tomar decisões mais rápidas e seguras. Ou seja, para além de realizar operações automáticas, como as citadas anteriormente, os assistentes virtuais conseguem dar conselhos às instituições.

Em Portugal, a empresa Primavera criou o ECHO, um assistente virtual dotado de inteligência artificial que é capaz de analisar os dados da organização, identificar padrões e procurar dinâmicas de negócios. Para chegar aos resultados, o programa faz uma relação entre informações internas das empresas e fontes externas, com foco em dados relevantes.

A interação com o chatbot ECHO ocorre através de uma plataforma de diálogos, na qual também é possível solicitar a realização autónoma de tarefas, em determinados cenários. O sistema ajuda a identificar movimentos rotineiros que estão em falta, como pagamentos de despesas fixas, por exemplo.

Em relação ao comportamento dos consumidores, o assistente consegue indicar mudanças na rotina, como a troca de morada, ou hábitos de consumo como por exemplo quando o cliente deixa de fazer uma encomenda na data que habitualmente faz. O programa ainda alerta para o risco de insolvência de entidades clientes e informa sobre valores ou encomendas pendentes em carteira.

Automatismos como estes ajudam a reduzir erros no registo de informação e minimizam o trabalho administrativo, contribuindo para uma empresa cada vez mais eficiente. A tendência é que com mais tempo de utilização, o assistente aprimore ainda mais as suas habilidades a partir das interações que tiver.

Atendimento rápido e fácil

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Diferentes marcas presentes em Portugal já utilizam esse tipo de tecnologia e estão cada vez mais a aprimorar o seu atendimento nesta área. É o caso do Ikea. A rede de lojas implantou um sistema de atendimento que funciona através da aplicação de mensagens do Facebook.

O sistema funciona no formato de perguntas e respostas, sendo que o cliente precisa apenas clicar nas respostas, caso queira. Além de fazer a pergunta, o assistente virtual da loja sugere as possibilidades de respostas e segue uma lógica de “menu”, no qual é possível voltar às opções anteriores, ver todas elas ou avançar na procura pelo produto desejado.

Além de tirar dúvidas comuns, é possível navegar pelas listas dos produtos ou aceder ao catálogo anual, inspirar-se nas sugestões e ideias propostas pela empresa, ver a localização das lojas e ser encaminhado para a equipa de assistência. Caso o cliente opte por escrever o que precisa, o atendimento automatizado percorre de forma fluida. No final, a conversa é encerrada cordialmente e o assistente virtual fica disponível para outras dúvidas.

Esse tipo de assistente virtual, associado à inteligência artificial, tende a aumentar a satisfação dos clientes pelo simples facto de ser mais ágil e eficaz na resolução de problemas. Os chatbots com IA percebem a linguagem utilizada pelo consumidor, compreendem a sua intenção e, ao aceder rapidamente a uma base de dados, conseguem ter respostas corretas em menos tempo.

Diz-se que o futuro será cada vez mais digital e disso não resta qualquer dúvida, pois o presente já o evidencia de forma inequívoca. O importante é que todos conheçam a existência desses facilitadores da atividade profissional e saibam tirar o máximo partido da tecnologia, ganhando eficiência no desempenho profissional e tempo para aquilo que mais apreciam.